domingo, 9 de fevereiro de 2014

SERRA DA CAPIVARA, PIAUÍ

Com 129 mil hectares de cânions, grutas, falésias e o rico bioma da caatinga, o Parque Nacional Serra da Capivara é o mais importante complexo arqueológico do país.

Serra da Capivara preserva 35 mil pinturas rupestres ao lado de cânions e cactos

A exuberância natural é de encher os olhos: o dobramento da serra em eras geológicas passadas colocou de pé o que antes era o fundo do mar e de alguns rios. Os paredões expõem, como em uma imensa galeria, o desenho singular das rochas sedimentares, dos seixos, e os vestígios da deposição de materiais, através dos tempos, no fundo das águas.

Essa foi a paisagem que os primeiros habitantes da América encontraram quando, entre 60 a 100 mil anos atrás, chegaram por aquelas terras e lá encontraram um "paraíso". A região, na época de seus primeiros moradores, era um território de encontro de dois domínios vegetais: o da Floresta Amazônica e o da Mata Atlântica. Por conta disto, oferecia excelentes condições para a fixação dos grupos humanos uma vez que, além das cavernas encravadas na rocha que serviam de habitação, contava também com fauna e flora abundantes onde se conseguia o alimento e, nos rios, lagos e nascentes, a água, indispensável à sobrevivência.

Cometerá o maior dos enganos aquele que disser que o homem pré-histórico não está mais lá. O legado deixado por esses habitantes nas rochas e no solo do Piauí mantém viva a chama desses nossos ancestrais. Vivem nas histórias da população local, nas pesquisas dos historiadores e, principalmente, no pensamento dos visitantes do parque que, ao se aproximarem de qualquer uma das mais de 35 mil pinturas rupestres espalhadas pelos sítios arqueológicos, não conseguem conter a emoção e deixar de se perguntar: "Como é possível milhares de anos da história do homem estarem bem aqui na minha frente?".

O ser humano tem uma capacidade imensa de surpreender outros de sua espécie com feitos e realizações, frutos de nossa capacidade de raciocinar, de pensar, com a música, a habilidade de contar histórias, e com a arte. No Parque Nacional da Serra da Capivara, Patrimônio Cultural da Humanidade, lembramos que somos um pequeno grão de areia nos desertos do tempo e que a raça humana já sabia como impressionar seus semelhantes muito antes do que nós imaginávamos.

Natureza
Há cerca de 60 mil anos, uma floresta tropical úmida cobria o Piauí. Com o início de um período seco, há 10 mil anos, algumas espécies desapareceram e outras sobreviveram somente nos refúgios mais úmidos. Atualmente não existem rios perenes dentro do parque. É nos caldeirões (buracos escavados naturalmente nas rochas) que a água se acumula.

Na paisagem, destaca-se um relevo variado com chapadas, planícies e cânions, chamados localmente de boqueirões. As árvores se sobressaem em meio aos arbustos, que tecem um emaranhado junto das trepadeiras. Espécies espinhosas, como cactos e bromélias são abundantes. Entre as mais comuns encontram-se angicos, umbuzeiros, juazeiros e os cactos mandacaru, xique-xique, cabeça-de-frade e facheiro.

A fauna da caatinga apresenta espécies endêmicas - exclusivas desse ecossistema -, como o mocó, o besourinho-de-cauda-larga e a lagartixa-da-serra, registrada somente no parque. Também são comuns preás, cascavéis, iguanas, sapos-de-enxurrada e águias-chilenas. Nos cânions, as matas úmidas permitem a existência de araras-vermelhas que ali fazem seus ninhos, e dos macacos-guariba e macacos-prego. (Fonte: aqui).

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