segunda-feira, 4 de novembro de 2013

HADDAD E A HABILIDOSA TÁTICA DE COMBATE À CORRUPÇÃO


Haddad bancou QG de investigação para prender fiscais da prefeitura

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), admitiu que pagou do próprio bolso o aluguel de uma sala ao lado do ponto de encontro usado pelo grupo de auditores acusado de cobrar propinas de construtoras na capital. De acordo com Haddad, isso foi feito para não levantar suspeitas dos envolvidos na investigação.

O escritório fica no edifício chamado Ouro para o Bem de São Paulo, na região central da capital. De acordo com Haddad, ele bancou dois meses de aluguel e o controlador-geral do município, Mário Vinicius Spinelli, arcou com o seguro-fiança.

Os gastos, segundo ele, foram de ao menos R$ 500, do aluguel, e de R$ 3.000, do seguro-fiança. "O juiz autorizou uma escuta ambiental [...] e a prefeitura não tem legislação para permitir um contrato de locação que não seja publicado no 'Diário Oficial'. Então se nós fizéssemos o contrato de locação da sala vizinha e publicássemos no 'Diário Oficial' eles saberiam que estavam sendo investigados no local onde eles dividiam a propina", disse o prefeito.

O prefeito ainda afirmou que esta prática comprova a falta de aparelhamento do Estado para combater a corrupção.

"É padrão você permitir que uma Controladoria tenha um pequeno valor para ações que tenham que ser feitas em sigilo e da qual ela só presta conta depois da operação revelada. Por exemplo, um caso como este envolveu R$ 10 mil entre o seguro e o aluguel, mas você precisa ter instrumentos. Quando você tem que botar do bolso para combater a corrupção, é porque a falta de aparelhamento é total. É preciso estruturar o Estado para se defender", disse Haddad.

O escritório que os auditores Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral, Ronilson Bezerra Rodrigues e Luis Alexandre Cardoso de Magalhães usavam como QG para cobrar propina de incorporadoras foi alugado pelo irmão do deputado federal licenciado Rodrigo Garcia (DEM-SP). O grupo chamava o local de "ninho". (...) (Fonte: aqui).

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Sensata e esperta a tática adotada pelo prefeito.  
Conforme antevimos, a notícia seria ignorada pelo Jornal Nacional e outros menos votados. Não deu outra, mas isso era o óbvio ululante. Por quê? Porque desde o estouro do escândalo a grande mídia, além de tentar negar qualquer mérito de Haddad relativamente ao assunto, deixou 'pairando no ar' certa suspeita de, digamos, conivência do prefeito com a ação dos meliantes, o que a notícia acima faz cair por terra.
(Aqui, "Operação contra fraude em SP serve de exemplo a outras capitais, diz CGU").  

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