segunda-feira, 26 de agosto de 2013
BAIXO ASTRAL NUM FIM DE TARDE
- Tá fácil não, cara.
- Não tô conseguindo disfarçar o tédio.
- Só posso dizer uma coisa: desperdício de talento é algo abjeto.
- Sem dúvida. Com o histórico que a gente tem, marcado por tantas matérias antológicas, que exigiram esforços extraordinários de investigação, não dá pra administrar essa pasmaceira.
- Cê viu essas últimas, cara? Contas em paraísos no Caribe, conta secreta na Suíça, transações altamente nebulosas entre figurões, fatos antigos pouco explicados que só agora começam a fazer sentido...
- Tipo assim venda de apartamento por preço simbólico... Tipo assim a conta 'Marília'...
- Exato, exato. É frustrante deparar a cada semana com novas revelações enquanto ficamos aqui a tratar de abobrinhas! Não suporto mais, cara!
- Eu também me sinto assim, amigo. Não me conformo. Já pensou se todo esse tsunami de denúncias estivesse ocorrendo com o lado de lá? Já pensou se pudéssemos entrar com tudo, exercitando todo o nosso faro e talento?
- Nem me fale, amigo, nem me fale.
- Confesso, cara: sou tarado no jornalismo investigativo, mas às vezes dá vontade de jogar a toalha.
- Peraí, amigo! Ficar chateado tudo bem, mas não dá pra radicalizar assim. Jogar a toalha jamais! Vamos aprofundar essa discussão. Ô, garçom, mais dois!
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