sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A FORÇA DOS PROGRAMAS SOCIAIS


Programas sociais ajudam Nordeste a melhorar expectativa de vida, diz IBGE

Por Rodrigo Viga Gaier

Impulsionada pelos programas de transferência de renda, a esperança de vida na Região Nordeste do país superou a do Norte entre 1980 e 2010, mostrou levantamento divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, segundo o qual os brasileiros viviam em média 73,76 anos em 2010, ante 62,52 anos em 1980.

A expectativa de vida ao nascer no Nordeste brasileiro passou de 58,25 anos para 71,20 anos, entre 1980 e 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Norte, a expectativa de vida também avançou de 60,75 anos para 70,76 anos e se tornou a mais baixa entre as regiões brasileiras.

"Com os programas sociais implementados pelo governo, como Loas (Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social) e Bolsa Família, quanto por organizações não-governamentais explicam essa inversão... mais renda representa mais acesso a saúde, remédios, alimentação e estudo. Isso melhora a qualidade da família", disse à Reuters o gerente do IBGE Fernando Albuquerque.

"No Nordeste, os programas de transferência foram mais eficientes e tiveram mais penetração que no Norte, onde o acesso às pessoas é mais difícil e onde há muitas pessoas vivendo longe, como as populações ribeirinhas", afirmou o pesquisador.

A mortalidade infantil no Norte brasileiro passou de 61 por mil nascimentos em 1980 para 21,2 em 2010. No Nordeste, essa taxa caiu de caiu de 97,1 para 23 mortes.

Ao longo de 30 anos, a diferença na expectativa média de vida entre as regiões mais pobres e mais ricas do país caiu, segundo o IBGE, passando de 7,7 anos para 4,6 anos entre o Nordeste e o Sul.

"A expectativa aumentou de forma generalizada graças à queda na mortalidade em todas as faixas etárias, desde a infantil até a adulta. Isso pode ser explicado nas melhorias nas condições sanitárias, mais escolaridade, aumento da renda, expansão das campanhas de vacinação e programas de saúde da família", disse Albuquerque.

Nessas três décadas, segundo o IBGE, a mortalidade passou de 69,1 para cada mil nascimentos vivos, para 30 óbitos, em 2000, e 16,7 em 2010.

Segundo o IBGE, ao longo desses 30 anos, a expectativa de vida no Brasil vem crescendo a cada década.
Em 1980, os brasileiros viviam em média 62,52 anos. Em 2000, a esperança de vida subiu para 70,4 anos e em 2010 atingiu 73,76 anos.

As mulheres vivem cada vez mais que os homens. Há três anos, a esperança de vida das mulheres era de 77,38 anos, enquanto para os homens era de 70,21 anos.

Apesar dos ganhos obtidos ao longo dessas três décadas, o Brasil ainda tem muito pela frente para se aproximar de vizinhos sul-americanos e de países desenvolvidos.

Segundo dados da IBGE coletados na Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil aparece na 91ª posição num ranking de 200 áreas e ou países. O Chile aparece na 34ª posição e a Argentina, no 59º  lugar.
No topo da lista, o Japão registra expectativa de vida de cerca de 83 anos.

"Precisamos aumentar e fortalecer os programas sociais e criar novos mecanismos para nos aproximarmos dos demais países. Nós ainda estamos longe dos mais desenvolvidos. O foco tem que ser no Norte e Nordeste", disse. (Fonte: aqui).

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Faltou aludir à elevação do valor real do salário mínimo (inflação acumulada + variação positiva do PIB), critério em vigor nos últimos anos. O divisor de águas da política social do Brasil aconteceu em 2008/9, com o advento da crise financeira internacional, quando o governo federal adotou alternativa inteiramente heterodoxa: em vez de mandar 'enxugar' a presença do Estado na economia, determinou a ampliação do crédito bancário - estatal -, a desoneração fiscal em setores estratégicos e a expansão dos programas sociais em implementação, incluindo a elevação do valor real do salário mínimo. A força dos programas sociais é notória, a ponto de a própria ONU estar difundindo tal política mundo afora. 

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