quinta-feira, 4 de julho de 2013

PLEBISCITO E REFORMA POLÍTICA NO IMPÉRIO DOS PETULANTES


"Alguns têm a coragem de dizer publicamente. Achei que só teriam coragem de dizer nos corredores em baixo tom de voz: que o povo não tem condições de se manifestar sobre temas complexos como a política. Eu fico surpreendida com a petulância de algumas pessoas". (Manuela D´Ávila, deputada federal, PCdoB-RS, aqui).

"(...) eu não sou de acreditar que o povo é incapaz porque as questões são complicadas. Não é verdade. O povo brasileiro tem aquela inteligência que nos foi dada, nós fomos feitos de várias correntes, de vários feitos". (Dilma Rousseff, nesta data, em defesa da realização, pelo Congresso Nacional, de um plebiscito para conhecer-se a posição do povo brasileiro sobre pontos que poderiam ser tratados em eventual reforma política. Aqui).

.O fato é que a classe politica e a imprensa estão desenvolvendo os maiores esforços no sentido de descartar o plebiscito-já - que antecederia a reforma política -, e investem no referendo, providência que na prática seria adotada quando Inês já estivesse morta.

.Espertamente, somaram os 70 dias previstos pelo TSE (plebiscito) aos 90 dias estimados pela Câmara (reforma), o que inviabilizaria desde logo o plebiscito-já em face do 'estouro' da data fatal para a efetivação da reforma política (via PEC, como determina a CF): 5 de outubro de 2013 (princípio da anualidade).

.Decretaram: o povo não está preparado para entender os itens a serem apreciados. Como se não existissem meios de comunicação e demais condições para desenvolver campanha de esclarecimento.

.Tacharam de "farsa" e "diversionismo" a sugestão apresentada pelo Executivo, como se a opinião pública não viesse a tomar conhecimento da existência de projetos de reforma política mofando há mais de 15 anos nos arquivos do Congresso, sem perspectiva de aprovação, bem como não entendesse que o descalabro político decorre basicamente do processo eleitoral. Na verdade, foram surpreendidos com a iniciativa do Executo, que os expôs em praça pública. Por essa não esperavam.

.A sugestão apresentada pelo Executivo é tão-somente isso: sugestão. Pois há políticos e órgãos de imprensa insistindo em que se trata de imposição, que o Executivo pretende que a reforma política seja feita mediante o próprio plebiscito. Fazem-se de desentendidos, mas a gente entende a jogada...

.Aguardemos os próximos capítulos. Enquanto o tempo vai passando, sem solução...

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