"Na lógica da revista Veja, o povo serve para protestar (especialmente se for contra o PT), mas não para decidir. É o que fica claro no editorial desta semana da publicação da Abril, chamado "Plebiscito é golpe".
De autoria do diretor de redação Eurípedes Alcântara, o texto é uma clara demonstração de elitismo conservador. "Não se faz plebiscito para jogar nos ombros das pessoas o peso de decisões sobre o funcionamento de coisas complexas. As pessoas não podem ser obrigadas a decidir exatamente como as instituições devem funcionar", diz o editorial.
Numa clara demonstração de ignorância, má-fé ou ambos, o editorial diz que os brasileiros foram às ruas para exigir a "reforma dos políticos, não uma reforma política". Ocorre que Eurípedes não é desinformado a ponto de desconhecer que são as instituições que fazem os homens. Por isso mesmo, o debate mais avançado em ciência política diz respeito ao melhor desenho institucional para as sociedades – uma vez que até pessoas de boa fé, num sistema corrompido, excessivamente dependente do capital privado, também se corrompem se for essa a lógica para se eleger e se manter no poder.
O plebiscito, ao discutir temas como o financiamento público de campanha, pode chegar à raiz do problema, mas o fato é que, na lógica de Veja, não faz sentido qualquer mudança. O que parece interessar é a permanência de um sistema viciado onde, a cada governo, os mesmos escândalos se repitam."
(Portal Brasil 247, em matéria intitulada "'Golpe': assim Veja classifica o plebiscito", aqui.
Veja nem sequer aguardou a definição das perguntas que comporão a ainda eventual consulta - cuja realização depende, inicialmente, da posição a ser manifestada pelo TSE -; cuidou logo de decretar censura prévia, 'vetando' monocraticamente a iniciativa, sob o argumento de que o povo não está preparado para coisas complexas.
Veja, definitivamente, não está preparada para o Estado Democrático de Direito).
Veja, definitivamente, não está preparada para o Estado Democrático de Direito).
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