domingo, 26 de maio de 2013

O AR DOS RENTISTAS

Tiago Recchia.

Queremos juros, queremos juros!

Por Fernando Brito

A relação da mídia com a presença do Estado na economia é muito curiosa.

Todos criticam quando o Governo coloca dinheiro em tarifas de natureza social.

Gasto público é, como se sabe, palavrão no santuário neoliberal.

O “Estadão” mancheteia (...) que “Dilma pressiona” para segurar o preço das passagens de ônibus em São Paulo.

A “pressão” foi desonerar a tarifa da cobrança PIS e Cofins.

Portanto, retirar impostos é maldito pelos xiitas neoliberais.

Já “O Globo”, que tem horror à Princesa Isabel, diz que o Governo tem simpatia pelo que chama de “retirar a multa” de 40% no FGTS para as domésticas, no caso de demissão.

Independentemente da adequação da proposta do Senador Romero Jucá, não se retira coisa alguma, porque isso é compensado pela elevação de 8% para 11% do recolhimento mensal ao fundo. 40% a mais, portanto.

Como não foi combinado com o “Estadão”, o jornal paulista esclarece: “Em vez de ter de desembolsar de uma só vez uma indenização no caso de demissão sem justa causa, a proposta aumenta os encargos de FGTS de forma a compensar a extinção da multa. (…) O porcentual da contribuição permanece o mesmo, mas os três pontos porcentuais de diferença serão revertidos a um fundo e constituirá a indenização por dispensa”.

Mas “O Globo” já estava preparado para isso, e arranjou um advogado trabalhista, o Dr. Luiz Migliora – que, segundo seu próprio site, “possui vasta experiência com planejamento e contencioso trabalhista, com foco na defesa de casos envolvendo executivos de alto nível” – para “defender as domésticas”:

- Os 40% iriam direto para as mãos do trabalhador, não do governo. Agora, terá mais dinheiro para investir em “Minha Casa, Minha Vida”.

Quem sabe, talvez, para fazer casas para as domésticas, não é?

Agora, quando o Governo corta os juros e diminui o subsídio que paga aos rentistas – a economia, só em março, chegou a R$ 1,7 bilhão, comparado ao que se pagava em março de 2012 -, aí não tem conversa: é “queremos juros, queremos juros! (Fonte: aqui).

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