Lalau, por Dálcio Machado.
Roubou 169 milhões e seguiu em frente, convicto de que com uma bolada dessas poderia tudo, até mesmo ressuscitar sua reputação.
Tudo bem, o habeas corpus pode não vir, mas a prescrição, essa com certeza virá, tal como nos gibis de caubói, em que o mocinho, na hora fatal, era salvo pela Sétima de Cavalaria.
Juiz que afana o Erário é mais do que salafrário.
Calma, não se exasperem. Há uma atenuante: Lalau desconhece a palavra preconceito: o dinheiro pode ser limpo, sujo, encardido, o que for. E se eventualmente a cédula não puder circular, tudo bem: Lalau prontamente lhe concede habeas corpus.
Sobre os acontecimentos, Lalau nada tem a declarar. Mas seus advogados preparam dezenas de embargos de declaração.
Lalau não obteve habeas corpus, mas uma conquista o consola: o processo criminal há décadas se arrasta livremente rumo à prescrição.
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