sábado, 9 de março de 2013

O DIA SEGUINTE

Liberati.

Crise capitalista penaliza as mulheres

Por Altamiro Borges


Vários estudos confirmam que as mulheres são as das principais vítimas da crise mundial do capitalismo, que adquiriu maior gravidade a partir de 2008 com a explosão da bolha financeira nos EUA. Elas se destacam nas estatísticas do desemprego, da redução de salários e da regressão dos direitos trabalhistas. Com a redução dos investimentos nas áreas sociais, decorrente das políticas de “austeridade” que visam socorrer o capital financeiro, a crise capitalista também provoca mais mortes entre as mulheres.


Recente estudo da ONG Plan Internacional e do Instituto de Pesquisas Overseas do Reino Unido apontou que a cada ponto de retração do Produto Interno Bruto (PIB) morrem sete meninas a mais para cada mil nascimentos, contra 1,5 meninos. “O relatório analisa como a crise afeta mulheres e crianças, e indica que as famílias tomam decisões de saúde que afetam mais as meninas. A pesquisa foi feita em 59 países, a maioria deles em vias de desenvolvimento”, relatou o jornal espanhol El País de 24 de janeiro.

O próprio diário, que não esconde suas afinidades com as políticas neoliberais de austeridade, observa que a razão desta tragédia “tem a ver com a onda de cortes em gastos sociais em nível mundial, que dificultam o acesso aos serviços básicos de saúde”. Há também aspectos culturais que exacerbam o machismo. A desnutrição é outro fator que contribui para a grande diferença de mortalidade. "As mulheres deixam de dar o peito antes e privilegiam os homens sobre as meninas”, aponta Concha López, diretora da ONG.

Segundo o relatório, a alimentação deficiente contribui em mais de um terço para a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A situação torna-se muito mais grave conforme os preços dos alimentos aumentam e as mulheres não podem pagá-los. A expectativa de vida entre as meninas também é menor. O relatório indica que em tempos de recessão econômica esta cai em sete anos, enquanto a dos meninos, em seis... "As meninas são as últimas na cadeia", diz Concha López. (Cópia: aqui).

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No Brasil, diferentemente, o dia seguinte não foi sombrio...

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