domingo, 3 de fevereiro de 2013

SOBRE O COMBATE À MISÉRIA


Guaribas-PI deixa para trás o título de cidade mais pobre do Brasil

Segundo a Agência Brasil (aqui), Guaribas, cidade localizada no sul do Piauí (a 600 km de Teresina), deixou a condição de detentora do pior IDH Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil. Isso se deveu às ações  desenvolvidas pelo Governo Federal a partir de fevereiro de 2003, notadamente o programa Bolsa Família - sendo que "a energia elétrica também chegou a Guaribas e trouxe com ela internet e os telefones celulares. No centro da cidade, há uma praça com ruas calçadas e uma delegacia, além de agências bancárias, dos Correios e escolas. A frota de veículos cresceu e, hoje, o que se vê são motos, em vez de jegues."

Mas o fato é que Guaribas figura ainda no rol das cidades mais pobres do país, e se ressente de itens básicos, como saúde adequada e oportunidades de trabalho. Persiste, ainda, o êxodo rural (e até urbano).

É desafiadora a chegada ao desenvolvimento sustentável. Não bastam os benefícios dos programas sociais (Bolsa Família, Luz Para Todos, salário mínimo, previdência etc). Sem tais programas, entretanto, aí mesmo é que a miséria se consolidaria. Como fazer chegar o desenvolvimento sustentável a regiões tão inóspitas e desprovidas de recursos naturais (solos, clima, água, enfim, condições edafoclimáticas?), eis a questão.

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Sobre o Bolsa: graças a ele, as famílias pelo menos estão podendo alimentar-se. No Brasil, cerca de 14 milhões de famílias estão enquadradas no programa, e o governo despendeu algo em torno de R$ 20 bilhões ao longo de 2012. É inegável a pertinência do programa, que desperta o interesse de instâncias internacionais - mas as críticas, notadamente por parte das elites nacionais, são cada vez mais incisivas. Por quê?

Comentário de Lucas Costa, na fonte acima: "A Constituição, a despeito da má vontade dos reclamões contrários ao Bolsa Família, impõe medidas do governo para mitigar os efeitos da miséria. Por que tanta má vontade? Simples. Antigamente, qualquer empregado de baixa remuneração era capaz de manter serviçais domésticos ao custo de R$ 100, ou menos, mensais (em valores de hoje). Há quinze, vinte anos haviam exércitos de serviçais domésticos batendo de porta em porta, implorando para trabalhar de sol a sol em troca de migalhas, das sobras dos senhorzinhos e aspirantes a tal. Coisa que acabou. Acabou!!! Isso explica o ódio fundamentalista que move os pregadores contrários ao Bolsa Família. Quem nunca ouviu o tradicional "o povo não quer mais trabalhar"? Quer sim. O povo quer, sim, trabalhar. Só que não aceita mais o mencionados R$ 100, ou menos, mensais. Quem quer contratar força de trabalho, tem que pagar. O mínimo. O salário mínimo. Que sobe bastante, de ano a ano. Não é qualquer empregado de baixa remuneração que pode se dar ao luxo de ter uma mucama em casa... Que raiva que isso dá na nossa classe média "tradicional"!

Viva a nossa CONSTITUIÇÃO:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
(...)
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

(...)
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."

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Voltando a Guaribas: de qualquer modo, parabéns por haver saído da vexatória posição, e que em prazo razoável alcance condições de desenvolver-se com sustentabilidade.

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