quarta-feira, 14 de novembro de 2012
AINDA A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
"(...) Quem não se lembra do filme 'Annie Hall', de Woody Allen? Há ali uma cena que sugere a prefiguração desse entrecho lúdico.
Numa fila de cinema, um douto sabichão da Universidade de Colúmbia pontifica cataratas de sapiência hermética, ancoradas no manuseio legitimador das teorias de Marshall McLuhan.Wood Allen e sua garota, vivida por Diane Keaton, ouvem enfadados o buzinaço do ilustre especialista.
Até que Woody resolve dar um basta e afronta a pompa pretensiosa com algo do tipo: ‘Você não entende nada do que está falando’. A eminente autoridade então dá a carteirada mortal, algo do tipo: 'Sou professor de semiologia –da Colúmbia– e com doutorado em McLuhan!'
Allen dá dois passos na cena e introduz o compridão McLuhan; ele mesmo em carne e osso. O canadense, autor de ‘O Meio é a Mensagem’ e do conceito de ‘aldeia global’ , faz uma ponta para desmontar o falastrão empolado com um sabão categórico: 'Você não entendeu nada da minha teoria'.
No filme, a intervenção de McLuhan reverteu o engodo feito de palavrório anestesiante. No Brasil, a desautorização explícita do criterioso Roxin foi desdenhada pela ignorância ou a má- fé. E sua teoria usada para consagrar um silêncio que ofende a consciência nacional: a voz das provas. (...)". (Fonte: AQUI).
(Saul Leblon, no artigo "O silêncio que ofende a consciência nacional", em que aborda o julgamento do mensalão, no qual, para se alcançarem condenações, foi invocada a teoria do domínio do fato como 'supridora' da ausência de provas cabais - não obstante a advertência do jurista Claus Roxin, certamente o maior 'lapidador' da citada teoria, quanto à insubsistência de tal procedimento. Advertência até o momento solenemente ignorada...).
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