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Há gordura demais na linguagem com que juízes e advogados se expressam. Na
imprensa e na literatura em geral, procura-se a contenção, a transparência, a
economia verbal. Nos jornais, desde o advento dos copidesques, um texto com mais
de duas laudas é cascata.
Sem prejuízo da qualidade, Balzac não faria tão
extensa a sua 'Comédia Humana'. Reduziria o texto de cada um de seus romances à
metade. Quando Zola publicou 'La faute de l'Abbé Mouret', um contemporâneo seu,
Ernesto Renan, comentou: 'Duzentas páginas para descrever um jardim? Alguma
coisa está errada com os naturalistas'."
(Carlos Heitor Cony, cronista e escritor, em crônica desta data, malhando em ferro frio, data venia).
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