quinta-feira, 3 de maio de 2012

BANCOS: JOGO DO EMPURRA


Como é notório, os bancos botam pra jambrar nos juros e tarifas, lucrando os tubos. Quando questionados, alegam que a maior culpada é a inadimplência. Acontece que os escorchantes encargos são exatamente os responsáveis por eventual inadimplência (que por sua vez motiva uma crescente provisão para créditos duvidosos, ou seja, a destinação de uma parte dos ativos para fazer face a um possível rombo futuro decorrente da inadimplência - e tal parte abatida, claro, reduz os ganhos). É o cachorro correndo atrás do rabo, tática que, não obstante, colou durante décadas.

Diante dessa manchete 'impactante' d'O Globo (ou até a despeito dela), cumpre indagar: a) qual será o ganho dos bancos se forem promovidas as reduções esperadas nos juros? b) qual será o impacto positivo sobre as provisões para créditos duvidosos? c) qual será o ganho futuro dos acionistas numa realidade bancária civilizada?

Tem mais: o jornal diz que "...ações de bancos despencam". Vejamos as quedas: BB: 2,7%, Itaú Unibanco: 2,4%, Bradesco: 1,4%, Santander: 0,19%. Convenhamos, não dá pra usar o termo despencam...

O fato é que setores da imprensa estão solidariamente inconformados com a campanha de Dilma contra os encargos estratosféricos. Faz parte. O choro, digo, o inconformismo é livre.

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