terça-feira, 19 de abril de 2011

ESTADO ABSTÊMIO


"O Estado não deve ser um distribuidor de cachaça", diz deputado.

Jesus Rodrigues (PT-PI) apresentou projeto de lei que proíbe bebidas alcoólicas em eventos oficiais, além de vetar a compra desses produtos com dinheiro público

 Bebidas alcoólicas nas dependências dos governos municipais, estaduais e federal podem estar com os dias contados, se depender de um projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados. Segundo o autor da medida, o deputado Jesus Rodrigues (PT-PI), nem mesmo recepções e jantares poderiam ter bebidas oferecidas aos convidados. Isso porque, segundo ele, o Estado deve servir de exemplo para evitar o consumo de álcool.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, Rodrigues defende que a proibição deve ser estendida à compra desses produtos com dinheiro público. O autor da proposta explica que decidiu escrever o texto após fazer um debate entre dependentes químicos e alcoólatras. E que constatou que o álcool causa males, ainda mais por ser, segundo ele, uma droga lícita e com o consumo incentivado pela sociedade. "Espero que a sociedade comece a colocar o álcool no mesmo patamar que o cigarro. Para que também tenha sua publicidade mais restrita", declarou.

O deputado sugere que, no lugar do álcool, as repartições públicas comecem a oferecer bebidas típicas em solenidades, como sucos de frutas de todas as regiões do Brasil. Questionado a respeito do valor cultural de bebidas típicas como a cachaça ou o drinque mais famoso que usa o destilado de cana-de-açúcar como ingrediente – a caipirinha –, Jesus Rodrigues defende que o Estado não adquira a bebida, nem para sua divulgação. "O Estado não deve ser um distribuidor de cachaça", pontuou.

Diferentes governos brasileiros lutaram em organismos internacionais de patentes para registrar que o termo "cachaça" só pudesse ser aplicado ao destilado de cana produzido no Brasil. A medida foi alcançada na Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI) em 2003, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (...).

Jesus Rodrigues afirma gostar de bebidas como cerveja e vinho, mas bebe apenas socialmente. E explica: "Quando fui diretor do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) do Piauí, vivi a fase da implantação da lei seca e percebi o quanto a bebida era danosa à saúde e pude perceber a porcentagem de acidentes de trânsito que eram causados pelo consumo de álcool", destaca. (Fonte: ContextoLivre).

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Ponderações sóbrias: como será que os estados chileno e francês tratam seu vinho? E qual o tratamento que o estado russo oferece à vodca? Pô, deputado, nem mesmo uma única caipirinha? Afinal, convém ter sempre em mente a máxima infalível: "Tudo o que é demais é demasiado." 

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Ilustração: exemplo de antianúncio de aguardente de cana (como 'vender' um produto estampando no rótulo, em letras garrafais, o day after).

Um comentário:

  1. Desde o finalzinho do Cretáceo, quando todas as festas eram comemoradas em Clubes, que eu não participo de eventos na minha Campo Maior, amigo meu diz que eu precisava de ver o The day after na beira do lago depois de mais uma das dezenas de festas oficiais: parece uma zona de guerra com "cadáveres" ao longo das ruas vizinhas, com recipientes do que restou dos coqueteis molotovs distribuidos generosamente por todas as administrações. Hospital lotado; Samu de prontidão, centenas de garrafas de soros consumidas no hospital principal; polícia prendendo dois ou três pra ilustrar os blogs e sites, enfim... Tudo com o dinheiro que dizem não ter, "no momento", pra gastar com serviços básicos que beneficiem estas legiões de "cachaçeiros".

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