quinta-feira, 17 de março de 2011
O PRÉ-SAL E O CONSELHO BRASIL-EUA
"Em um momento em que o petróleo registra preços recordes e nações produtoras no Oriente Médio e no norte da África estão em crise, o presidente americano, Barack Obama, chega ao Brasil neste sábado de olho no potencial do país de se tornar um grande fornecedor para os Estados Unidos no futuro.
Além de ministros do setor de energia, Obama viaja acompanhado também de dezenas de empresários. Segundo o diretor-executivo do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos da Câmara de Comércio americana, Steven Bipes, depois de passarem por Brasília, esses empresários irão ao Rio analisar as perspectivas de investimento nas áreas de petróleo e gás.
O Brasil já é auto-suficiente em petróleo, com produção diária de 2,1 milhões de barris, equivalente ao consumo doméstico. A exploração do pré-sal, porém, amplia em muito esse potencial. Segundo projeção da consultoria IHS Cera, até 2030 o Brasil poderia exportar cerca de 2,5 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
Esse potencial, no entanto, depende de investimentos e de alta tecnologia, devido às dificuldades de extração de petróleo na camada do pré-sal, a uma profundidade de até 7 quilômetros abaixo do leito do mar.
Há entre os americanos um grande interesse em investir no setor. “O pré-sal vai criar muitas oportunidades de comércio e investimentos para empresários americanos das cadeias de petróleo e gás”, diz o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos.
No entanto, o conselho alerta que, apesar das oportunidades, “ações regulatórias” por parte do governo brasileiro, como restrições a estrangeiros em processos de exploração e produção, podem dificultar a participação de empresas americanas. Porém, mesmo com as dificuldades envolvidas, analistas afirmam que as descobertas do pré-sal podem aumentar a importância estratégica do Brasil para os Estados Unidos.
“Cria oportunidades para os Estados Unidos diversificarem seu portfólio de importação de petróleo, para longe do Oriente Médio, potencialmente longe da Venezuela”, disse à BBC Brasil a analista Julia Sweig, do Council on Foreign Relations, em Washington. “A dimensão energética das capacidades do Brasil é de importância estratégica para os Estados Unidos.”
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O texto acima é da BBC Brasil, e é meu o destaque ao ALERTA do diretor-executivo do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos. Os americanos podem sobretaxar o etanol brasileiro (16 centavos de dólar por litro), impedindo a plena entrada do produto brasileiro nos EUA, mas o Brasil não pode tratar o Pré-Sal como questão prioritária nacional, mesmo que esteja assegurada a participação de empresas americanas, entre outras, na venda de equipamentos e aplicação de investimentos nas áreas de petróleo e gás (no que couber). Quem não é auto-suficiente em energia, como os EUA, deveria dar graças aos céus ao deparar com o potencial do Brasil - e isso, relendo 'geopoliticamente' a matéria, e não obstante o arroubo do diretor, parece estar ocorrendo.
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Charge de Cerino.
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