quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
WIKILEAKS, AUSTRÁLIA, ASSANGE
O ministro das Relações Exteriores da Austrália, o ex-primeiro-ministro Kevin Rudd, afirmou nesta quarta-feira que seu país dará ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, o mesmo apoio legal que daria a qualquer cidadão australiano com problemas na Justiça de outro país.
Assange foi preso na terça-feira na Grã-Bretanha após se apresentar à Justiça e deve enfrentar um processo de extradição para a Suécia, onde é acusado por crimes sexuais contra duas mulheres.
Assange e o site WikiLeaks vêm sofrendo uma forte pressão internacional, principalmente por parte dos Estados Unidos, desde que começaram a divulgar um pacote de mais de 250 mil comunicações diplomáticas secretas americanas, na semana passada.
Kevin Rudd afirmou à agência de notícias Reuters que Assange não "é pessoalmente responsável" pela divulgação dos documentos. "Os americanos são responsáveis por isso", afirmou.
"Acho que há questões importantes a serem feitas sobre a adequação dos sistemas de segurança (dos Estados Unidos), e o nível de acesso que as pessoas têm a esse material", disse.
"A responsabilidade principal, e portanto responsabilidade legal, está com os indivíduos responsáveis por esse vazamento inicial", afirmou.
(...)
Assange vem criticando a posição da Austrália desde o início da divulgação dos documentos. Em um artigo publicado nesta quarta-feira pelo jornal The Australian, ele acusou o governo australiano de "se vender vergonhosamente" aos Estados Unidos e de colocar seus serviços à disposição do governo americano.
"O procurador-geral da Austrália está fazendo tudo o que pode para ajudar uma investigação americana com o objetivo claro de atingir cidadãos australianos e extraditá-los aos Estados Unidos", disse.
No artigo, intitulado "Não mate o mensageiro por revelar verdades desagradáveis", ele afirma ainda: "As sociedades democráticas precisam de uma mídia forte, e o WikiLeaks é parte dessa mídia. A mídia ajuda a manter o governo honesto". (...)
Os Estados Unidos iniciaram uma investigação criminal sobre o caso e prometeram punir os responsáveis pelos vazamentos ilegais dos documentos.
Ninguém foi indiciado pelo vazamento até agora, mas as suspeitas caíram sobre o analista de inteligência do Exército americano Bradley Manning, que já havia sido preso em junho passado sob acusação de entregar dados confidenciais ao WikiLeaks. (BBC Brasil).
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