Segundo Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais, circulam diariamente no mundo mais de 539 milhões de exemplares de jornais.
O jornal é a mais antiga das mídias e foi quem inaugurou a disseminação de notícias, espaço ocupado pelo rádio e tv e a cada dia mais fortemente pela Internet.
Levantamento do Instituto Pew Research Center demonstra que somente 4% das informações inovadoras originam-se nas novas mídias (blogs, plataformas de buscas etc).
O papel das novas mídias tem sido, em geral, o de simples replicadoras em escala exponencial dos conteúdos originais, produzidos principalmente pelos jornais (que sozinhos respondem por cerca de 50% de todo o conteúdo noticioso novo).
Haveria uma espécie de apropriação indébita, visto que se vem utilizando informações jornalísticas à revelia de seus autores e sem qualquer remuneração.
Permito-me dizer que esse parece ser o caminho usual: o rádio e a televisão tradicionalmente abastecem-se de matérias de jornais (pelo menos das que lhes interessam), além da produção própria.
Uma coisa é replicar a notícia, outra é analisá-la criticamente, como uma alentada parte da blogosfera vem fazendo.
Exemplo eloquente: o recente imbróglio Eletronet/Folha de São Paulo, posto a nu pelo jornalista Luis Nassif, que assim arrematou: 'O que não se entende é recorrer a manipulações jornalísticas óbvias, sabendo que poderão ser desmascaradas na hora pela blogosfera'.
Eis o calcanhar: no mundo da blogosfera atuante, matérias que no passado gerariam escândalo certo têm vida curta. Isso faz a diferença, e causa um baita incômodo.
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Desenho: Plantu, do Le Monde.
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