Nos anos 30, Roosevelt (o Estado americano) investiu milhões em obras no vale do Tennessee. Há um filme - 'Rio Violento', de Elia Kazan, 1960 - que conta a construção de uma barragem no rio Tennessee e os impactos que tal obra produziu sobre interesses individuais.
Roosevelt implantava o New Deal, inspirado em Keynes. Era o começo do fim da Grande Depressão.
A lenda reza que Roosevelt teve o seguinte diálogo com Keynes:
- O senhor sugere que eu autorize investimentos e esmo, como estradas de ferro ligando o nada ao coisa nenhuma?
- Isso mesmo, Presidente.
- Mas isso significa torrar o dinheiro público!
- Presidente, investindo, não importa bem o mérito, se atual ou futuro, vamos estimular o consumo de ferro, aço, madeira, gerando receita e emprego, os impostos virão e o círculo virtuoso da economia se estabelecerá.
E assim foi feito. E assim, quando veio a II Guerra Mundial, por exemplo, os EUA puderam adaptar rapidamente sua baita estrutura para ser o maior fornecedor de equipamentos do mundo. Etc, etc, etc.
No Brasil, o PAC foi lançado dois anos antes da eclosão da crise mundial. Aos sobressaltos, é verdade, já que a 'cultura de investimentos' há muito se perdera. Há quem sustente que o PAC foi premonitório. Foi mesmo. O certo é que veio a crise, e o Brasil já estava no clima keynesiano.
Aí, aos propósitos do PAC - estradas, hidrelétricas, saneamento básico, construção civil - vieram somar-se o Pré-sal, a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016.
Keynes, vendo tantos méritos atuais, certamente sorriria.
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