Chavez presenteou Barack Obama com um livro clássico. Nele, o jornalista (e ex-cartunista) uruguaio Eduardo Galeano discorre sobre o processo de dominação/espoliação da América Latina (Caribe incluído) ao longo dos últimos 500 anos pelos europeus.
A primeira edição de 'As Veias...' é de 1970, e Galeano contou com a colaboração de muitos parceiros, como os brasileiros Carlos Lessa (economista), Artur José Poerner (escritor e jornalista) e Darcy Ribeiro (antropólogo).
Os aborígenes da América foram irremediavelmente submetidos em face de dois leviatãs: o primeiro, a crença de que os europeus eram os deuses que retornavam ao solo americano, o segundo, as bactérias e os vírus: "(...). Os europeus traziam consigo, como pragas bíblicas, a varíola e o tétano, várias doenças pulmonares, intestinais e venéreas, o tracoma, o tifo, a lepra, a febre amarela, as cáries que apodreciam as bocas. (...) Os índios morriam como moscas: seus organismos não opunham defesas contra doenças novas". Mais da metade da população indígena morreu logo no primeiro contato com os homens brancos.
Um vírus, em especial, merece registro: o da cobiça desenfreada.
Cobiça, imposição de dogmas católicos, tortura, massacre, exploração - tudo é contemplado pelo olhar crítico de Eduardo Galeano, numa linguagem que alia estilo, informação, indignação e ironia.
O autor fecha a primeira edição de seu livro manifestando a esperança de que a miséria seja esmagada, visto que "a causa nacional latino-americana é, antes de tudo, uma causa social (...)", enfatizando que "abrem-se tempos de rebelião e mudança. Há aqueles que crêem que o destino descansa nos joelhos dos deuses, mas a verdade é que trabalha, como um desafio candente, sobre as consciências dos homens".
A 8ª edição, de 1979, traz impressões de publicações diversas, entre as quais destaco as do jornal O Globo e da revista Veja:
"Quase perfeito: substituindo 'linguagem novelesca' por 'linguagem jornalística', seu depoimento torna-se irretocável. Como um repórter, percorre todo o continente, do descobrimento aos nossos dias (ou noites), do extermínio de antigas civilizações indígenas à atual desolação de nossas maiorias". (Joseli Ernesto Cescham -
O Globo).
"AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA propõe um rigoroso inventário da história de um continente que deu ouro e prata, açúcar e diamantes, café, minerais estratégicos e vidas humanas aos colonizadores de plantão, recebendo em troca pouco mais que um subdesenvolvimento crônico e controlado". (Jorge Escosteguy - revista Veja).
Barack Obama ganhou um presente e tanto.
A primeira edição de 'As Veias...' é de 1970, e Galeano contou com a colaboração de muitos parceiros, como os brasileiros Carlos Lessa (economista), Artur José Poerner (escritor e jornalista) e Darcy Ribeiro (antropólogo).
Os aborígenes da América foram irremediavelmente submetidos em face de dois leviatãs: o primeiro, a crença de que os europeus eram os deuses que retornavam ao solo americano, o segundo, as bactérias e os vírus: "(...). Os europeus traziam consigo, como pragas bíblicas, a varíola e o tétano, várias doenças pulmonares, intestinais e venéreas, o tracoma, o tifo, a lepra, a febre amarela, as cáries que apodreciam as bocas. (...) Os índios morriam como moscas: seus organismos não opunham defesas contra doenças novas". Mais da metade da população indígena morreu logo no primeiro contato com os homens brancos.
Um vírus, em especial, merece registro: o da cobiça desenfreada.
Cobiça, imposição de dogmas católicos, tortura, massacre, exploração - tudo é contemplado pelo olhar crítico de Eduardo Galeano, numa linguagem que alia estilo, informação, indignação e ironia.
O autor fecha a primeira edição de seu livro manifestando a esperança de que a miséria seja esmagada, visto que "a causa nacional latino-americana é, antes de tudo, uma causa social (...)", enfatizando que "abrem-se tempos de rebelião e mudança. Há aqueles que crêem que o destino descansa nos joelhos dos deuses, mas a verdade é que trabalha, como um desafio candente, sobre as consciências dos homens".
A 8ª edição, de 1979, traz impressões de publicações diversas, entre as quais destaco as do jornal O Globo e da revista Veja:
"Quase perfeito: substituindo 'linguagem novelesca' por 'linguagem jornalística', seu depoimento torna-se irretocável. Como um repórter, percorre todo o continente, do descobrimento aos nossos dias (ou noites), do extermínio de antigas civilizações indígenas à atual desolação de nossas maiorias". (Joseli Ernesto Cescham -
O Globo).
"AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA propõe um rigoroso inventário da história de um continente que deu ouro e prata, açúcar e diamantes, café, minerais estratégicos e vidas humanas aos colonizadores de plantão, recebendo em troca pouco mais que um subdesenvolvimento crônico e controlado". (Jorge Escosteguy - revista Veja).
Barack Obama ganhou um presente e tanto.
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