quinta-feira, 20 de novembro de 2008

NA MANHÃ DA CONSCIÊNCIA NEGRA


Às nove e pouco, na praça João Luis, deparo com alunas da FUNADEPI, fundação ligada à Universidade Federal do Piauí. Elas são coordenadas pela professora Valéria Lima e estão na praça para distribuir abraços grátis (cada aluna ostenta um cartaz com esses dizeres). Uma beleza.

Em seguida, na praça Pedro II, o povão curte a V FERAPI, Feira Piauiense de Produtos da Reforma Agrária e Comunidades Quilombolas: gente das paragens mais remotas deste velho Piauí, em estandes bem distribuídos, com ofertas as mais diversas: artesanato, doces, produtos típicos, cachaça. Não há calor que impeça a galera de dar shows de capoeira, a praça tomada pelo som de Sebastiana, a sanfoneira danada de boa, como consta nos cartazes e na capa do cd. Ela veio de São Raimundo Nonato para, com outros amantes da música, animar a FERAPI. Bacana ver assentados e quilombolas mostrando sua garra.

"Quilombolas" vem de "quilombo" ("lugar de pouso ou acampamento de caravanas"; no Brasil, designava comunidades de escravos fugitivos). Veio a abolição da escravatura, em 1888, e as terras das comunidades quilombolas foram vendidas como se os negros fossem mera ficção. Tal absurdo só começou a ser demolido cem anos depois da abolição, com o advento da Constituição Federal (artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias), havendo ainda muitas questões a resolver.

Foi legal a manhã em Teresina, legal mesmo!

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